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sábado, 3 de setembro de 2016

Muito obrigada Felipe Massa!


Mais uma vez foi em Monza que tivemos o anúncio sobre os rumos da carreira de Felipe Massa, entretanto, desta vez, o anúncio não foi uma mudança de equipe ou a renovação do contrato para a próxima temporada, e sim, a aposentadoria do piloto de 35 anos. 

É a primeira vez que eu vejo o ciclo completo de um piloto brasileiro na Fórmula 1 – Não considero as carreiras de outros pilotos brasileiros como um ciclo completo, uma vez que, estes não conseguiram se consolidar na Fórmula 1 e mudaram de categoria de forma breve. 

Para mim, esse anúncio de aposentadoria foi doloroso, mas não foi tão surpreendente uma vez que esta opção já havia sido abordada por jornalistas e de todas as opções disponíveis para ele, essa parecia ser a mais sensata. 

Massa foi extremamente corajoso em parar nesse momento, diferente de outros que tentam fazer de tudo para continuar na categoria. Ele teve a percepção de que mesmo com a mudança no regulamento para 2017 seria difícil ocorrer o mesmo fenômeno como o que ocorreu com a Brawn GP em 2009.  Realmente, seria muito deprimente ver um piloto com o talento dele agonizando em alguma equipe no final do grid.

O Felipe que está dando adeus à Fórmula 1 é bem diferente daquele que estreou na categoria em 2002, até o ano de 2009, tínhamos um piloto arrojado, sem medo de arriscar, o qual poderia se classificar mal mas ao longo da corrida conseguia se recuperar, obtendo um resultado expressivo. Mas este Felipe, tão arrojado, desapareceu após seu acidente no treino de classificação do GP da Hungria daquele ano.

Ele sempre alegou que não teve nenhum problema físico derivado do acidente. Pode até ser que ele não tenha sofrido nenhum problema físico, mas ao meu ver, seu psicológico certamente foi afetado, ele se tornou mais lento, passou a não arriscar mais como antes, seu desempenho se tornou muito volátil,  podendo ir do céu ao inferno em um mesmo mês com seus resultados. 

Doí ler comentários desmerecendo o seu talento, com críticas injustas, as quais, em sua maioria, são resultados de uma expectativa criada pela mídia de que ele poderia ser um novo Senna, esse fantasma no automobilismo brasileiro é a pior coisa que temos desde maio de 1994. Tal comparação, criam expectativas desproporcionais, e que quando acabaram não se realizando, levam as pessoas a desmerecerem o talento de outros pilotos.

Os resultados ruins, em hipótese alguma devem apagar o que ele conquistou ao longo de sua carreira na Fórmula 1.

Ele não perdeu o título de campeão mundial por um erro dele, para quem não sabe, se os resultados do GP de Cingapura – palco do maior escândalos da Fórmula 1 – fossem anulados, Hamilton teria perdido o campeonato de 2008 para o brasileiro. Ai vem mais um motivo para admirar o Massa, ele poderia ter contestado esse título, como muitos pilotos do grid, que ao meu ver fariam – leia-se os Masters do mimimi – mas não fez, ele aceitou o resultado e não fica lamuriando por ai pelo acontecido.


Felipe Massa,

Muito obrigada por me dar a chance de ver um piloto brasileiro vencer o GP do Brasil por duas vezes;

Muito obrigada por me proporcionar a emoção de ter um piloto brasileiro campeão mundial de Fórmula 1, mesmo que por 30 segundos;

Muito obrigada por dar o gostinho de ver um carro de Fórmula 1 correndo no Aterro do Flamengo aqui no Rio de Janeiro;

Muito obrigada por ser esse piloto brincalhão que adora implicar com os outros pilotos do grid, principalmente com o Daniel Ricciardo;

E por fim, muito obrigada Felipe, por tudo o que você fez na Fórmula 1 durante todos esses anos!! 

Que você em 2017 continue com sua vida simples em Mônaco tacando o terror no Daniel Ricciardo ;) 


Resolvi colocar mais gifs bônus para vocês!  


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Equipe errada, hora errada



      Quantas vezes não vimos um talento ser desperdiçado na Fórmula 1? E quando o motivo foi por o piloto estar em uma equipe meia boca, a qual, não oferecia uma base para mostrar bons resultados?
Felipe Nasr, está nesse momento enfrentando algo parecido.

      Antes de mais nada, gostaria de afirmar, que eu não estou sepultando a carreira dele, e muito menos falando que ele se tornará o próximo Senna, apenas porque obteve resultados significativos nas últimas corridas. Estou simplesmente, fazendo uma análise crítica da situação, sem a famosa síndrome de vira-lata, a qual a imprensa brasileira ama semear, esperando um novo campeão mundial surgir da noite para o dia.

      A Sauber não vem mostrando consistência, não está proporcionando um equipamento razoável para seus pilotos brigarem por bons resultados, não conseguem nem se quer, alcançar o meio do grid, e quando conseguem é após muito esforço.

      Essa situação não é nem um pouco boa para quem está atrás do cockpit. Com um carro ruim, o piloto tem que tirar leite de pedra para não ser esquecido e tentar minimizar as críticas. No final deste ano, serão 2 temporadas de Nasr na Sauber, e para mim, já chega, ele já adquiriu experiência, seu modo de pilotagem já tinha sido muito bem moldado nos seus anos de GP2 e como segundo piloto da Williams, realmente o menino tem talento nato, o suficiente para conseguir pular para uma equipe que lhe proporcionará resultados mais expressivos.

      Além do que, se ele ficar mais tempo, esperando o carro se tornar competitivo, para conseguir resultados melhores e assim, ir para uma equipe de ponta, pode ser tarde demais para a sua carreira. Atualmente, a situação financeira da equipe de Peter Sauber não vai nada bem, então as expectativas de curto e médio prazo, não são as mais animadoras.

      Acredito muito no talento de Nasr, basta observar o começo da sua temporada de estreia, ele tinha sangue nos olhos para brigar por lugares no pelotão intermediário, mesmo com um carro limitado. Mas com a falta de confiabilidade no atual carro da equipe austríaca, anda difícil conseguir resultados tão expressivos quanto aqueles conquistados no início de 2015, nas duas últimas corridas, ele se saiu muito bem, ao levar em consideração o carro que ele tem, mas isso não é o suficiente, ainda mais para um piloto que quer um dia, quem sabe, ser campeão mundial.

      Nenhuma equipe, gosta de contratar pilotos mais velhos, elas gostam de moldá-los, deixar no ponto certo, para um dia, eles se tornarem campeões. Exceto quando, a equipe quer desenvolver um carro com muitas inovações, nesse contexto, realmente há uma demanda por pilotos com mais experiência, mas o sucesso não é garantido, portanto é um jogo muito arriscado.

      Concluindo, Nasr precisa de uma mudança para a temporada de 2017, pois, se continuar na equipe errada e na hora errada pode ser muito custoso para sua carreira.

     Obs: Claro que não sou pura, inocente e bela, para achar que um piloto irá para uma equipe de ponta, apenas porque tem talento. É necessário ter um aporte muito grande de capital originados pelos patrocinadores, para bancar essa empreitada. Enfim, torço muito para que Nasr consiga, porque talento ele já mostrou que tem de sobra.